Life is a Work Art: Entrevista: Camila Barbieri do Series em Serie

Hoje o blog entrevista a Camila Barbieri, que escreve reviews sobre series. Pra quem não conhece o trabalho dela pode clicar aqui, e se divertir. Confesso eu, que assisto algumas series só para rir com as reviews da Camis depois, ela deixa criticas de um jeito tão divertido que tô ainda pra ver uma igual. Quando perguntei pra ela dizer 'uma mulher que a inspira' ela não resistiu e me fez cair na risada em frente ao computador.

- Quando surgiu o convite para escrever reviews?
Eu comecei a escrever sem convite mesmo. Costumava comentar seriados com um amigo, via MSN e nós sempre líamos blogs e reviews depois de assistir, até que pensamos: “Ei, a gente também sabe fazer essa nada”. Foi daí que surgiu a idéia de abrir o Séries em Série, há pouco mais de cinco anos. Começamos o blog em dupla, com poucas reviews e a coisa foi crescendo, especialmente para mim. Enquanto meu “sócio” no blog desistiu de tudo eu fui ficando mais viciada e escrevendo cada vez mais. Eu tinha dois anos de Séries em Série quando comecei também o Seriadores Anônimos, esse mais por causa do podcast mesmo. Nessa mesma época eu fui convidada para cobrir Greek, lá no Série Maníacos e nesses últimos três anos, minha participação no site só aumentou.

- Além do series maniacos você tem mais blogs? Quais?
Séries em Série, que foi meu primeiro blog de séries e onde eu escrevo tudo sozinha. O Seriadores Anônimos, onde eu atuo mais como editora e escrevendo textos especiais (que não são reviews), além do S.A. Cast. Tenho ainda o Big Cast Brasil, que é um blog que hospeda apenas o podcast sobre Big Brother, mas que esse ano ficou desativado por falta de tempo para cobrir o BBB.

- Quando começou essa sua paixão por series?
Sempre que me perguntam isso eu respondo que foi ainda na infância. Lógico que naquela época não era no mesmo grau de vício, mas as séries que eu gostava de assistir e não podia porque estava na escola, minha mãe era obrigada a gravar par mim. Eu ficava brava quando perdia algum episódio de Super Vicky (Small Wonder), por exemplo. Pensando no tanto de coisa que eu via quando era criança, notei que meu interesse era bem variado, indo desde séries para o público infantil/jovem, até produções adultas como The A-team, V, MCGyver, The Golden Girls (série em que a Betty White já era muito velha!) e Moonlighting (conhecida aqui como A Gata e o Rato). Também era doida por Tokusatsu, como Changeman, Flashman, Jaspion, Patrine. Enfim, eu via muita coisa e nem tinha noção de que era um vício específico naquele formato.

- Quantas series você assiste altualmente? Quais suas preferidas, e quais você mais odeia?

Estou com umas 55 séries na watchlist, incluindo aí meia dúzia de reality shows. Favorita é Fringe e ninguém tira esse primeiro lugar dela. Mas The Vampire Diaries vem logo depois, seguida por Parks and Recreation. Acho que esse é meu TOP 3 atual, embora eu não desmereça nenhuma das séries que eu vejo. Só continuo porque elas me divertem muito, de alguma forma, senão eu paro de ver na mesma hora. Uma produção que eu desprezo, porque ela é tão chulé que nem merece meu ódio, é The Walking Dead. O pessoal da AMC conseguiu fazer zumbis serem chatos e deveriam ser todos mortos com requintes de crueldade por esse crime contra a nação seriadora.

- Você já recebeu alguma ameaça de um fã maluco por falar mal da serie dele(a)?

Ameaça ainda não, mas já fui muito xingada pelos xiitas de Lost e pelos fãs loucos de Gossip Girl. Detalhe é que Lost eu sempre elogiei, mas não consegui fazer de conta que a temporada final foi ótima, como alguns insistem em afirmar. Quando eu gosto de uma série é que eu exijo mais dela e Lost foi uma decepção imensa em termos de qualidade na última temporada.
Gossip Girl eu cheguei a largar, porque não conseguia mais nem rir dos absurdos da série, mas acabei voltando e hoje em dia encaro tudo como piada. Na minha época de revolta com GG, me acusaram de ser invejosa, dizendo que eu só criticava a série porque a Jenny era mais bonita do que eu e coisas dessa estirpe. Fiquei impressionada com o quanto essa pessoa captou a verdade sobre minha crítica.

- Se você pudesse escolher uma serie para participar, qual seria?
Eu sempre quero ser personagem de todas as séries que eu assisto, em algum momento, sempre entrando para resolver o que os roteiristas não fazem do jeito que eu queria que fosse. Hoje em dia eu adoraria participar de One Tree Hill, que está acabando e é uma produção que acompanho há nove anos. Conheço tudo tão bem, que sempre senti que os personagens eram meus amiguinhos e que eu fazia parte da turma deles.

- Além de assistir series, quais são seus outros vícios?
Não me sobra muito tempo para ser viciada em mais nada, de verdade. Se eu fosse me dedicar a mais coisas como eu faço com as séries eu não sobreviveria. Claro que eu tenho outros interesses, em filmes e livros, por exemplo, mas nada que comprometa (ainda mais) minha sanidade. Para não dizer que eu não tenho outro foco, gosto muito de cozinhar e aproveito os reality shows do gênero para aprender coisas novas e fazer de conta que sou uma chef internacional.

- O "life is a work of art" fala muito sobre moda, você gosta de moda? Na sua vida pessoal ou nas series?
Gosto muito. Sou bastante ligada nas tendências, por assim dizer, especialmente em cores, acessórios, maquiagem e sapatos. Tenho tantos sapatos, em tantos formatos e cores que chega a ser vergonhoso. Durante um tempo eu também costuma fazer experiências com cortes de cabelo bem ousado, mas dei um tempo nessa mania e adotei um mais tradicional no momento, só para ser diferente de mim mesma.
Também gosto do assunto nas séries e acho que sempre dá para pegar boas dicas e traduzir alguns figurinos para o nosso dia a dia. Tenho gostado bastante do que Jane by Design, da ABC Family, tem apresentado nesse quesito e fico sempre ligada no que os personagens estão usando.

- Uma mulher em que você se inspira?
Ryan Murphy.
Falando sério, eu nunca pensei no assunto e não consegui chegar à conclusão de qual mulher me inspira. Não existe uma específica ou alguma famosa. Apenas as mulheres que fazem parte do meu dia a dia, como amigas ou familiares, que estão ali para o que der e vier e enfrentar comigo, as coisas da vida, sejam elas boas ou ruins.

(Ryan Murphy, criou e escreveu episódios para Glee, American Horror Story..)

- Você tem alguma dica pra dar pra quem quer fazer jornalismo?

A dica é: prepare-se para ganhar pouco e trabalhar em finais de semana e feriados. Se isso não te assustar e te der vontade de correr para as colinas, a profissão foi feita para você.